quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Fecham-se as cortinas: as estrelas agora podem descansar



Esse texto foi escrito há poucos dias antes do Natal, mas por falta de tempo, só hoje consegui postá-lo.

E mais um semestre/ano chega ao fim.

E com eles, uma rotina que para muitos foi quase como um martírio. Acordar cedo todos os dias, pegar ônibus/metro/trêm lotados, batalhar cotidianamente contra o sono para tentar prestar atenção às matérias (tá, tudo bem, eu sei que nem todo mundo fez isso... rs), enfrentar trabalhos, provas, prova global, alguns exames, adaptações, dependências, para, no fim, chegar ao mês de dezembro, ter um coffee-break, e se despedir de todos. Afinal de contas, a sala nunca mais será a mesma.

Pessoas ainda irão mudar de turno. Outras, podem voltar. Grupos estão cada vez mais sólidos. Amizades começaram, terminaram, voltaram. Pessoas mudaram de turno no meio do percurso, deixando muitas saudades. Tivemos momento de tensão, gente que fala demais, outros que se expressam demais. Gente que não fala mais, que se afastou. Gente que continua com passe livre para todos os grupos. Gente que parece estar se fechando para um mundo só deles.

Tem gente que mudou o visual. Outros, apenas melhoraram. Outros, surpreenderam.

Tivemos professores fantásticos. Um, inusitado, mano. Outro, injustiçado por alunos de outra turma. Uma outra, com cara de Palmirinha, demonstrou seu conhecimento amplo e que até já serviu de meio de resistência na ditadura militar. Um professor, já conhecido nosso, infelizmente, teve que se afastar, pois seu corpo lhe cobrou satisfações de um cuidado que ele talvez não tinha antes. Vimos um professor dando aula com auxilio dos alunos. Vimos um professor sendo motivo de discussão entre alunos. Vimos um professor desabafando sua frustração com outras pessoas. Vimos professores tão humanos quanto a gente, e tão cheio de sentimentos e defeitos quanto nós.

Nossa sala teve várias vozes, várias caras, vários temperamentos. Teve vários medos. Talvez, a tendência que assola no decorrer dos semestres esteja já nos abraçando aos poucos: a tendência da separação, pois o ser humano, ainda que seja um ser social, tem o seu orgulho e tem os seus defeitos, e principalmente, o seu tempo próprio de tolerância. Os problemas da nossa faculdade podem até continuar os mesmos, porém, nós aos poucos vamos os enxergando de maneiras diferentes: alguns, de maneira particular, outros, como pensam aqueles que falam demais e pouco agem.

E por fim, o final do ano, a tensão das notas. Como encerramento, um chá de bebê, um coffee-break, e uma estrela, duas, três, várias estrelas no pátio, sendo registradas para sempre nas câmeras digitais.

Fecharam-se as cortinas. Recebemos aplausos de quem não está mais em nosso turno. Agora, cada um volta para a sua vida, para a sua cidade, apenas com o desejo de descansar, e com uma saudade do peito de pessoas que passaram a fazer parte da sua vida, dos seus sonhos, e de tudo que se refere no caminho que temos até chegar ao final.

Desejo a todos ótimas férias. E, se em algum momento a vida fizer silêncio, e se sua cabeça pedir um pouco de reflexão, pense em tudo que aprendeu e conquistou nesse ano. Pense no que pretende fazer e no que pretende ser no ano que vem. Está preparado para o futuro? Está preparado para as suas surpresas? Quem esteve do seu lado nesse realmente mereceu a sua atenção e o seu carinho? Quem foi alvo das suas pedras realmente as mereceu? Ou foi pouco? O que pretende fazer quando reencontrar os seus amigos ano que vem? O que pretende fazer caso alguém não esteja mais lá? Seu senso de organização de tempo foi satisfatório nesse ano? Ou precisa melhorar?

E então, abra os braços, sorria, porque você venceu mais uma batalha, e mesmo que alguns pedaços tenham ficado, se encha de esperança, pois, você tem a capacidade de fazer melhor, basta acreditar nisso, e mostrar ao mundo o melhor que você tem a oferecer.

Um abraço a todos!

Algumas estrelas

PS: Visões são subjetivas. A minha visão pode não ser a mesma da sua, mesmo assim, desejo sorte para os seus olhos, afinal de contas, eles poderão enxergar e te levar para mais longe do que você mesmo(a) imagina.

Danilo Moreira

FOTO: http://vidafeitademomentos.blogspot.com/2008/03/dias-de-descanso.html
            acervo pessoal (by Ana Flora)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Trote, confiança e sorte, mais uma criança foi salva!

Sequestrada pela prima depois de um convite para ir na feira comprar alguma coisa para elas. A menina (uma criança de 8 anos), telefona, após dias de estar em cativeiro, ao 190 no horário das 1h e 30min da madrugada. A policial que atende o telefonema pensa se não seria mais um trote, consulta seu superior e em rápida investigação descobrem a veracidade do fato e vão ao resgate da criança que agradece o salvamento. A prima de apenas 14 anos foi detida, diz que foi incentivo do namorado, um ex-detento com mais de 40 anos. Queriam cerca de 10 mil reais de resgate, a polícia desconfia de abuso sexual. A mãe da menina sequer aparenta ter condições para pagar o valor que seria exigido pelo resgate.
Trote, confiança e sorte se misturam em mais um caso horrível como este, em que se tem um inimigo dentro da própria família capaz de mentir e aproveitar-se da confiança dos parentes, provavelmente, enganada e forçada por um namorado que se aproxima mais de um pedófilo (em vista que uma menina de 14 anos ainda é praticamente uma criança). Por sorte os policias souberam ser profissionais e conseguiram descobrir que não era mais um dos milhares de trotes que colocam a confiança e a credibilidade das pessoas que utilizam os serviços de emergência a mercê da sorte.

Por Márcio Andrade.

Fonte: Notícia publicada no O Estadão do dia 03/12/2010.