terça-feira, 31 de agosto de 2010

Então tá, vamos falar do Corinthians



Hoje pela manhã recebi uma mensagem de um amigo que dizia o seguinte: “100 anos de ‘Timão’! Quero que você escreva alguma coisa do ‘Timão’ no seu blog”.

É claro que isso pode ser interpretado como um pedido do tipo “Escreva alguma coisa sobre o Corinthians no seu blog”, ou pode ser uma espécie de ameaça, como “Quero que você escreva alguma coisa sobre o Corinthians...”. Devido a minha total antipatia para com o time, acho que a segunda opção se encaixa melhor.

Para ser muitíssimo honesto, nem mesmo sabia que era hoje (ou amanhã, sei lá) que o “Timão” estava completando seu centenário. Pouco me importa o futebol. Não tenho simpatia nenhuma pelo esporte. Minto. Costumo dizer – e com orgulho – que sou “Peixe”. Por quê? É o que meu pai sempre quis, e não queria que ele tivesse outras decepções comigo.

O que escrever sobre o Corinthians que ninguém saiba?

Posso acrescentar algumas informações pouco conhecidas, como todas as infelicidades ou mesmo a intensa e profunda raiva que o clube me proporciona.  Às vezes acho que nasci para odiar o Corinthians. Nunca tive sequer um pingo de vontade de ser corinthiano. Definitivamente nunca. Tá aí uma coisa que nunca passou pela minha cabeça.

Ainda quando menino, quando me arriscava a jogar futebol, nunca gritei “Gooooooooooooooooooooooooool... doooooooooooo... Corinthians!”, quando, por alguma intervenção divina, conseguia chutar em direção ao gol e pontuar.

Definitivamente ser corinthiano não é comigo.

Acho que isso se dá pelas experiências que tive com o clube. Certa vez, quando tinha uns dez anos de idade, presenciei uma batida policial num bar próximo à minha casa. Nesse bar estavam comemorando o aniversário de um rapaz corinthiano. O policial apontou a arma e gritou “NINGUÉM SE MEXE SE NÃO EU METO CHUMBO”. Eu fiquei aterrorizado.

No fim das contas foi constatado que tudo – cerveja, refrigerantes, carne do churrasco etc – eram de origem duvidosa e que o tal rapaz pertencia à uma quadrilha. Sei que não se pode generalizar uma coisa dessas, mas parece que cresci com certa aversão ao Corinthians, pois a única imagem que me vinha à cabeça depois disso era a arma do policial e os enfeites que faziam alusão ao time.

Mas é claro que isso foi só um primeiro pequeno passo para a minha mitológica e complexa raiva pelo clube. Talvez um trauma de infância seja suficiente para gerar certa antipatia, mas as coisas não pararam por aí. Já presenciei muitas brigas entre torcidas organizadas na tevê aberta, e as que tiveram mais impacto, ao menos para mim, foram as que envolviam o Corinthians. Já vi pessoas e mais pessoas dizendo que é ruim quando o “Timão” ganha, pois os torcedores quebram tudo, mas é pior ainda quando perdem, pois quebram tudo e mais um pouco.

Quando falamos de esporte no Brasil temos a triste realidade de associarmos automaticamente e/ou unicamente ao futebol. Quando falamos de futebol geralmente pensamos em Corinthians. Tá aí meio que uma constante... Uma triste constante.

É fato, também, que o clube muitas vezes é visto como portador de alto índice de marginalidade. Isso é algo que se instalou na cabeça das pessoas e que não sai tão fácil. Mas vale atentar que essa tal marginalidade não vem do clube em si, mas sim do comportamento que muitos torcedores têm. Vestir a camisa não significa assumir uma identidade marginalizada. Na verdade não tem nada a ver com isso.

É claro que tudo que afirmo – talvez de maneira duvidosa – é embasado nas experiências que tive.

Certa vez um colega, que é torcedor do Corinthians, disse que os corinthianos – mas corinthianos de verdade – não poderiam ter certas pretensões, como frequentar a Academia, pois teriam de fazer escolhas cruciais: assistir ao jogo do “Timão” ou estudar. Confesso que achei isso extremamente estúpido de se ouvir. Talvez por isso se firme mais ainda a ideia de que corinthiano não seja portador de conhecimento.

Outra coisa que me deixa abismado é a falta de diálogo que muitos corinthianos têm. Às vezes não há possibilidade de estabelecer comunicação com alguns torcedores do clube, pois estes simplesmente se fecham numa espécie de cubículo onde só eles têm razão. Logo se anula qualquer possibilidade de debate. Acho que pior do que corinthiano só mesmo alguns crentes (evangélicos). E pior ainda um crente corinthiano, pois ambos já têm suas ideias prontas e imutáveis.

Bem, com isso não pretendo ser alvo de xingamentos, chacotas e afins... Como disse anteriormente, nem mesmo sabia que era hoje (ou manhã, sei lá) que o “Timão” estava aniversariando. Só disse aquilo que penso, e até onde sei não há mais censura no Brasil.

É isso.



Gilmar Ribeiro (piu!)
@gilmarrpiu
31/08/2010, às 15h22min.

*Não revisado.

domingo, 22 de agosto de 2010

As polêmicas mudanças na Tv Cultura


No dia 04 de agosto, o jornalista Daniel Castro publicou em seu blog uma notícia, sob o título “Bomba: Tv Cultura vai cortar programas e demitir até 1.400”. Segundo a matéria, o ex-secretário de Cultura do Estado de São Paulo e atual presidente da RTV Cultura (Rádio e Televisão Cultura), João Sayad, pretende promover uma espécie de “enxugamento” da emissora paulistana, demitindo cerca de 80% do quadro de funcionários (de 1.800 para 400), e extinguindo algumas atrações, como os programas “Login”, “Manos e Minas”, e a transmissão das apresentações da Orquestra Sinfônica de São Paulo (para dar lugar às apresentações da Filarmônica de Berlin). E ainda, planeja até mesmo vender o patrimônio da Tv Cultura, como os estúdios no bairro da Água Branca. A Cultura deixará de produzir programas e passará a ter na grade apenas atrações compradas de produtoras independentes. A intenção de Sayad, segundo o blog, é a de reduzir a emissora pública numa emissora estatal.

A notícia gerou polêmica na internet. E não é para menos. A Tv Cultura de São Paulo é considerada uma das emissoras com programação de maior qualidade na televisão aberta, tendo produções como o infantil “Castelo Ra-Tim-Bum premiadas no exterior, além de programas com conteúdos diferenciados, como o Café Filosófico, Vitrine, Metrópolis, Roda Viva, entre outros. Quem realmente quer se gabar como intelectual sempre procura dizer “Só assisto Tv Cultura”, ainda que em alguns casos, seja uma grande mentira.

Segundo o blog, a Tv Cultura possui um orçamento de cerca de R$ 230 milhões, vindos em parte da publicidade nos intervalos, da produções para o Tribunal Superior Eleitoral, à Procuradoria da República, à TV Assembléia (do Estado de S.Paulo) e à TV Justiça. Porém, a emissora estaria em crise, com um rombo de cerca de R$ 10 milhões, e que seria resolvido com o corte de atrações e de funcionários, passando a contar apenas com R$ 70 milhões que recebe do Governo do Estado e de mais R$ 50 milhões por produções para as secretarias estadual e municipal de Educação.

Joao Sayad
Na tarde do mesmo dia 04, a Fundação Padre Anchieta emitiu uma nota oficial informando que a emissora “Perdeu audiência, qualidade e se tornou cara e ineficiente.”, e por isso seria necessário promover uma renovação em sua estrutura administrativa e na grade de programações. No dia 14, o Estadão.com.br publicou uma declaração do secretário de Estado da Cultura de São Paulo, Andrea Matarazzo, onde ele afirmou que "A TV Cultura é uma ficção. É cool gostar da TV Cultura, mas ninguém assiste". Em seu blog, o jornalista Luis Nassif sugeriu a criação do “Movimento Salve a Tv Cultura”, manifestando repúdio à atual administração e às mudanças previstas na emissora, assim como outros jornalistas e membros da sociedade civil que são contra os cortes. Funcionários da emissora, com apoio do o Sindicato dos Radialistas e artistas de hip hop prometem uma manifestação para esta próxima terça-feira (dia 24) na Assembléia Legislativa de São Paulo, onde também será lançado oficialmente o movimento “Salve a Rádio e Tv Cultura”. Enquanto isso, milhares de pessoas, no Twitter, em comentários de blogs, demonstraram muita revolta com as notícias e também a gestão do governo do PSDB no Estado.

Diante dessas publicações o que se entende é que as autoridades estão lidando com a Tv Cultura como se fosse um peso que precisa ser “podado” nas costas do Governo. Infelizmente nós vivemos num país onde modelos de programas que procuram escancaradamente por audiência, estereótipos, apelações emocionais e incentivos à padrões de consumo atraem milhões de telespectadores. A Tv Cultura não possui esse perfil. Logo, não atrai audiência, e nem interesse de anunciantes. Mesmo com várias atrações destinadas à reflexão, opinião, educação e orientações, a emissora não possui um cacife suficiente como uma Globo, por exemplo, para influenciar o comportamento de milhares de pessoas, ou seja, a massa. Pelo contrário. A Cultura é como aquele filme que um professor te recomenda, você acha interessante, mas só o pega mesmo pra assistir quando não encontra outro que te interesse mais naquele momento.

Acho essa política de cortes um tanto exagerada. Não sou entendido de administração, economia, estratégias empresarias, mas sou mais um dos vários telespectadores que cresceram assistindo às atrações dessa emissora, e que acha que ela não deve ser tratada como uma simples empresa em crise que precisa cortar gastos, mas como uma emissora que precisa manter e reforçar a sua capacidade de ser um diferencial dentro da televisão aberta.

O problema é que a maioria das pessoas se restringe apenas a fazer milhares de críticas, tanto ao próprio Sayad, mas também à gestão do PSDB, ao Serra, e a todas as autoridades que interferiram de alguma forma na gestão da emissora. Não, eu não acho errado fazerem essas criticas, mas acredito que o buraco é mais embaixo. De que adianta os mais esclarecidos defenderem a sobrevivência da emissora sem os pesados cortes, se a maioria da população dá mais atenção à atrações apelativas, de baixa qualidade, e que nada acrescentam à vida do ser humano? Não que a Cultura deveria priorizar a audiência (e pelo que percebi no comunicado, já está dando mais atenção), mas o grande público é que deveria priorizar as atrações de conteúdo e que realmente tragam um entretenimento de verdade.

Ou então, salva-se a Tv Cultura, mas o canal 2 continuará sendo tratado como uma mera opção para quem não tem mais nada para assistir...

FONTES:


http://noticias.r7.com/blogs/daniel-castro/2010/08/04/bomba-tv-cultura-vai-cortar-programas-e-demitir-1-400/


http://noticias.r7.com/blogs/daniel-castro/2010/08/21/funcionarios-vao-protestar-contra-demissoes-na-cultura/


http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-movimento-salve-a-tv-cultura


http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100814/not_imp594997,0.php


http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,sayad-fala-dos-ajustes-na-tv-cultura-para-sindicalistas,594201,0.htm


http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,sayad-explica-reformulacao-a-conselho-da-tv-cultura,592942,0.htm

FOTOS: 


http://www.adnews.com.br/gente/104955.html


http://entrefilmes.blogspot.com/2008/07/especial-50-anos-de-tv-no-brasil-35-de.html

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Bienal do Livro em sua 21ª Edição

*Por Bruna Sousa
*Selo fornecido pelo site oficial

       Nesta sexta-feira, 13 de agosto de 2010, dará início a exposição aberta ao público da 21ª Bienal do Livro de São Paulo, que reúne escritores, editoras, jornalistas, estudantes, pesquisadores, empresários e interessados. A exposição será por dez dias, contando com palestras, atividades e recreação. Importante centro de integração e exposição de livros, a Bienal este ano terá novidades no local, com área de 60 mil m², teto com novo isolamento, melhorias na iluminação, piso totalmente nivelado, banheiros reformados, sistema do estacionamento eletrônico, entre outras. Serão 350 expositores nacionais e estrangeiros, representando mais de 900 selos editoriais. Estima-se a presença de cerca de 700 mil pessoas e visitação escolar com previsão de 180 mil estudantes de ensinos fundamental e médio.
       A Bienal do Livro iniciou como Feira Popular, em 1951, na Praça da República, montada pela CBL (Câmara Brasileira do Livro), em parceria com o MASP (Museu de Arte de São Paulo), repetindo-se em 55, 57, 59, 61, 63 e 65. Entre os dias 15 e 30 de agosto de 1970, a CBL promoveu, desta vez sem parceria, a 1ª Bienal Internacional do Livro, atraindo centenas de editores e visitantes. Na 2ª Bienal, o total de espositores passou dos 700 e visitantes chegou a 80 mil.
       Devido ao número crescente de pessoas, em 1996 a Bienal foi realizada no Expo Center Norte, e em 2002 chegou ao Centro de Exposições Imigrantes. Mas não sendo mais um espaço suficiente, a Bienal passou a ser exposta, à partir de 2006, no Centro de Convenções Anhembi, considerado o maior centro de exposições da América Latina. (Fonte Câmara Brasileira de Livros)


(Dados abaixo copiados do Site Oficial )

21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo


Data e Horário:
Dia 12 de Agosto: das 10h às 22h
- Exclusivo para os profissionais do setor literário
Dia 13 de Agosto: das 10h às 22h PROMOÇÃO ESPECIAL!*
- Público em geral
Dias 13 a 21 de Agosto: das 10h às 22h
- Público em geral
Dia 22 de Agosto: das 10h às 20h, com entrada só até às 18h
- Público em geral

*PROMOÇÃO ESPECIAL! Entrada gratuita para quem comparecer ao evento fantasiado do seu personagem favorito.
Para validar a sua entrada na Bienal do Livro é obrigatório apresentar uma foto do personagem representado.

Local:
Pavilhão de Exposições do Anhembi
São Paulo, SP

Ingressos: vendas apenas na bilheteria da Bienal do Livro de São Paulo
Entrada inteira – R$ 10,00
Meia-entrada – R$ 5,00**

**Os estudantes devem apresentar documento de identificação estudantil com data de validade. Caso no documento apresentado não conste data de validade, deverá ser apresentado outro que comprove a matrícula ou a frequência no ano letivo em curso acompanhado de carteira de identidade.

Os idosos, acima de 60 anos, não pagam ingresso apresentando carteira de identidade para comprovação.
Menores de 12 anos não pagam.

Fotos e/ou filmagem de estandes e/ou produtos só podem ser feitas com expressa autorização do Expositor.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Papo de amigo: testosterona à flor da pele.

– Você vai querer de quê?

– Bem, deixe-me ver... Tem de...

– Rápido, a moça está esperando!

– Espere um pouco. Vou querer um de...

– Eu quero dois de morango.

– Espera! É que de morango eu não gosto.

– Então você quer do quê, filho de Deus?!

– Bem... Ah, pode ser de chocolate.

– Um de morango e um de chocolate, senhor?

– Isso?

– É isso mesmo.

– Cara, você é muito devagar para tomar algumas decisões básicas, como escolher um sabor de sorvete, por exemplo.

– Para de ma aporrinhar! Você sabe que às vezes eu fico meio lento, principalmente depois do trabalho.

– Então pare de trabalhar, meu amigo.

Os dois riram.

Depois disso subiram até o piso superior para conversarem um pouco. Falaram sobre mulheres: pernas, peitos, bundas...

Um dos amigos, que é casado, confessou que o casamento havia dado uma esfriada. Confessou, também, que às vezes pensava em deixar a mulher, mas que só não o fazia porque tinha o filho recém nascido.

– Tá vendo, quem mandou não se prevenir. Agora chupa, bobão.

– Para de ser Zé-Roela!

– NOSSA SENHORA! Cê viu a morena ali?

– Onde?

Nisso o amigo quase deu um 360° com o pescoço a fim de ver a tal morena.

– Perdeu, ela já foi.

– Droga!

– Às vezes parece que cê é meio desligado na mulherada. Perdão, sei que cê é casado, mas o povo anda comentando, cara.

– Que que é isso, rapaz?!

Ambos riram.

Depois jogaram mais meia dúzia de conversa fora. Falaram sobre futebol. Um era flamengo de tradição, outro pouco se importava com futebol, mas tinha extrema aversão ao Corinthians e, também, simpatizava com o “Peixe”.

– Rapaz, tenho de ir embora se não a patroa me castra.

– Ai, ai... Não sei porquê você resolveu se enforcar, cara. Arrumou certinho pra cabeça.

– Cala a boca, seu prego.

Riram mais um pouco. Depois disso pediram a conta.

– Pode deixar que eu pago... Ué, cadê a minha carteira?

– Você deve ter deixado no carro. Pode deixar que eu pago.

– OK, mas a próxima é por minha conta.

– Fechado.

– Olha lá, olha lá... A moça que atendeu a gente.

– Vou levar no papo.

– O quê? Você vai xavecá-la?

– Sim, por quê?

– Nada, só porque você é CA-SA-DO, só isso.

– Ué, e o que que tem?

– Nada não, vai lá.

Ele se vira para a garçonete e pergunta:

– Escuta meu anjo, qual é o seu nome?

– Beatriz.

– Beatriz? Nossa, que nome lindo. Quase tão lindo quanto você.

Ela riu meio acanhada. Ele continuou:

– Escuta Beatriz, será que a gente não poderia sair um dia desses e fazer outra coisa que não fosse tomar sorvete?

Ela riu e respondeu:

– Até poderíamos, mas eu não costumo sair com clientes – aponta para a mão esquerda do rapaz e conclui – ainda mais se eles forem casados. Agradeço o convite, mas terei de recusá-lo.

Ele ficou com uma cara de tacho que não sabia onde colocá-la. Já seu amigo ria disfarçadamente.

Depois de toda a zombaria ambos concordaram: “Ser casado é complicado. É bicho de sete cabeças”.

Riram mais um pouco e depois foram embora.


Gilmar Ribeiro (piu!).
@gilmarrpiu