sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Papo de amigo: testosterona à flor da pele.

– Você vai querer de quê?

– Bem, deixe-me ver... Tem de...

– Rápido, a moça está esperando!

– Espere um pouco. Vou querer um de...

– Eu quero dois de morango.

– Espera! É que de morango eu não gosto.

– Então você quer do quê, filho de Deus?!

– Bem... Ah, pode ser de chocolate.

– Um de morango e um de chocolate, senhor?

– Isso?

– É isso mesmo.

– Cara, você é muito devagar para tomar algumas decisões básicas, como escolher um sabor de sorvete, por exemplo.

– Para de ma aporrinhar! Você sabe que às vezes eu fico meio lento, principalmente depois do trabalho.

– Então pare de trabalhar, meu amigo.

Os dois riram.

Depois disso subiram até o piso superior para conversarem um pouco. Falaram sobre mulheres: pernas, peitos, bundas...

Um dos amigos, que é casado, confessou que o casamento havia dado uma esfriada. Confessou, também, que às vezes pensava em deixar a mulher, mas que só não o fazia porque tinha o filho recém nascido.

– Tá vendo, quem mandou não se prevenir. Agora chupa, bobão.

– Para de ser Zé-Roela!

– NOSSA SENHORA! Cê viu a morena ali?

– Onde?

Nisso o amigo quase deu um 360° com o pescoço a fim de ver a tal morena.

– Perdeu, ela já foi.

– Droga!

– Às vezes parece que cê é meio desligado na mulherada. Perdão, sei que cê é casado, mas o povo anda comentando, cara.

– Que que é isso, rapaz?!

Ambos riram.

Depois jogaram mais meia dúzia de conversa fora. Falaram sobre futebol. Um era flamengo de tradição, outro pouco se importava com futebol, mas tinha extrema aversão ao Corinthians e, também, simpatizava com o “Peixe”.

– Rapaz, tenho de ir embora se não a patroa me castra.

– Ai, ai... Não sei porquê você resolveu se enforcar, cara. Arrumou certinho pra cabeça.

– Cala a boca, seu prego.

Riram mais um pouco. Depois disso pediram a conta.

– Pode deixar que eu pago... Ué, cadê a minha carteira?

– Você deve ter deixado no carro. Pode deixar que eu pago.

– OK, mas a próxima é por minha conta.

– Fechado.

– Olha lá, olha lá... A moça que atendeu a gente.

– Vou levar no papo.

– O quê? Você vai xavecá-la?

– Sim, por quê?

– Nada, só porque você é CA-SA-DO, só isso.

– Ué, e o que que tem?

– Nada não, vai lá.

Ele se vira para a garçonete e pergunta:

– Escuta meu anjo, qual é o seu nome?

– Beatriz.

– Beatriz? Nossa, que nome lindo. Quase tão lindo quanto você.

Ela riu meio acanhada. Ele continuou:

– Escuta Beatriz, será que a gente não poderia sair um dia desses e fazer outra coisa que não fosse tomar sorvete?

Ela riu e respondeu:

– Até poderíamos, mas eu não costumo sair com clientes – aponta para a mão esquerda do rapaz e conclui – ainda mais se eles forem casados. Agradeço o convite, mas terei de recusá-lo.

Ele ficou com uma cara de tacho que não sabia onde colocá-la. Já seu amigo ria disfarçadamente.

Depois de toda a zombaria ambos concordaram: “Ser casado é complicado. É bicho de sete cabeças”.

Riram mais um pouco e depois foram embora.


Gilmar Ribeiro (piu!).
@gilmarrpiu

2 comentários:

  1. Por essas e outras q eu nunca vou casar... ehehe
    Além de querer sair com outra pessoa e não poder, ainda corro o altíssimo risco de ser chifrada pelo meu marido, que digamos, como quase todo homem, não resiste à um 'rabo de saia' eheheh

    Kisses

    ResponderExcluir
  2. É por isso que eu digo... casar pra quê? Quem precisa de algema é bandido...hauhauhaua!!!

    Grande Gilmar, adoro os seus textos!!!

    Abçs!!!!

    Danilo Moreira

    ResponderExcluir