quinta-feira, 18 de junho de 2009

O frio dói de verdade. Dói o corpo, dói a alma...

É galera, o inverno está chegando. Uma das estações mais gostosa do ano. Há quem goste do frio apenas para ficar em casa debaixo dos cobertores, assistindo um filme, comendo alguma coisa, descansando. E há também, aqueles que gostam do frio para tudo. Para sair de casa, trabalhar, andar por ai...
Mas, onde quero chegar com este assunto é falar da precariedade da situação da população de rua nesse inverno. Principalmente nessa cidade, que o frio é realmente de doer.
Sabemos que para essas pessoas o frio chega a causar pânico. Com diz o ex morador de rua, Sebastião Nicomedes, que agora desenvolve um projeto junta à Ocas”: “... Sabe o que é sentir as costas geladas por dentro e por fora, ter dores de dente, de ouvido, com a cabeça dando pontadas ao mesmo tempo, com fome e a gripe perigando virar tuberculose? Tem espirros que só faltam explodir a gente por dentro. Faz doerem as costelas. E as tosses violentas ao peito já sufocado...”. Ainda acrescenta: “... O frio dói de verdade, dói o corpo, dói a alma. Tem noites em que se tem a impressão de que a morte vai chegar de madrugada, transformar a gente em pedra de gelo...
Acreditem: o frio enlouquece, adoece, humilha”.


Muitas pessoas nessa situação tentam driblar o frio com cachaça e depois acabam morrendo. Ou morrem mesmo por hipotermia. Em um trabalho que o projeto Ocas” saindo das ruas desenvolveu nas ruas de São Paulo, entrevistando alguns moradores de ruas, podemos constatar essa gravidade que é o inverno para eles.


“o frio é terrível. E quando venta muito você tem que procurar lugar para fiar. Suportar é difícil. E quando chove também, tem que ir para algum lugar coberto. Agora deram para jogar água. Em vez de lavarem a rua, lavam a gente, que é sofredor. A gente ficava no Parque D. Pedro, a uma hora da manhã pegaram tudo, cesta básica, nossa comida. Ir para albergue? Albergue é sem futuro. Só explora sua pessoa...” Carlos Rodrigues, Walter Luis, Alex Silva e Anderson Gomes.

“eu queria falar pra arrumar uma coberta pra mim. Vixe, meu, coisa ruim o frio! Tem gente que se embebeda tanto, não consegue nem catar um papelão pra se cobrir. O chão já é gelado. Se você não se proteger, o frio mata. Todo ano o frio mata.” Gilson, 40


Será que nós não estamos sendo frios em meio a essas situações?
Como podemos conviver com tanta desigualdade e achar tudo normal?
O que podemos fazer para ajudar essas pessoas? Será que é somente dar esmolas?
Por que achamos melhor ficar quietos e deixar o governo fazer o que querer com nosso dinheiro ao invés de proporcionar uma vida digna para todos de forma justa e igualitária?
Sempre que o inverno chega, pensamos em comprar novos agasalhos, mais bonitos e quentinhos, pois os que temos estão velhos. Saíram de moda.
Temos que nos conscientizar e deixarmos de ser egoístas. Parar de pensar apenas em nós mesmos e começarmos a nos preocupar com a sociedade em que vivemos.
Estamos aqui para sermos mais alguns entre milhões, ou para fazermos a diferença?
Que futuro nós estamos construindo?
Pense e faça!!!
Sei que não podemos fazer muito, mas o pouco que fizermos já ajuda. Doem agasalhos, façam doações, sejam voluntários...

Ocas” saindo das ruas


Ocas” saído das ruas é uma revista publicada pela Organização Civil de Ação Social. A revista é uma chance de mudança efetiva na vida dessas pessoas em situação de rua. A integração decorrente da compra e da venda da revista permite que vendedores estabeleçam contatos com e deem novos passos de reintegração. O objetivo da organização é fornecer instrumentos de resgate da autoestima dos vendedores, criando mecanismos para que o indivíduo seja seu próprio agente de transformação. Dessa forma, a Ocas” é apenas um ponto de passagem, e não um destino efetivo. Ocas” promove a responsabilidade social e publica seções dedicadas a notícias nacionais e internacionais, lançamentos artísticos e ensaios. Além disso, a tem espaço para a expressão dos vendedores e aborda problemáticas relacionadas à exclusão social. A revista é produzida por jornalistas e não depende de grupos de comunicação ou está vinculada e interesses comerciais e políticos. Ajude você também: Compre a revista apenas de vendedores identificados (portam crachá), ou se pode fazer mais, envie um cheque nominal para a Rua Sampaio Moreira, 110, casa 9, Brás, São Paulo-SP, CEP 03008-010 ou faça um depósito no Banco Itaú, agência 0187, c/c 44013-6, enviando o comprovante para o endereço acima. Os recursos doados à organização são investidos na geração de renda e na ampliação de suporte social a novos vendedores. Colabore e nos ajude a promover a responsabilidade social.
O retorno é garantido!!!

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